Ela se perguntava diariamente se as coisas eram confusas apenas para ela. Não conseguia entender. Em seu coração as coisas sempre se mostravam embaralhadas, sua caixinha de sentimentos parecia chacoalhar a cada palavra que ele dizia. Seu coração havia sido colocado de “cabeça pra baixo”, disso ela já tinha certeza, não era normal a bipolaridade sentimental em que vivia.
Ouvia sua voz e Claves de Sol soavam de seu coração. Quando ele desaparecia, seus sentimentos saltavam da caixinha e o vazio era seu único companheiro. Às vezes o eco de algumas saudades ficava, para a sua felicidade, mas logo fugia da caixinha também e a pobre e confusa menina encontrava-se mais uma vez com os sentimentos revirados.
Procurava entender porque ele esquecia-se dela com tanta frequência. Não, ele não possuía sentimentos revoltos, eles eram bem treinados, não fugiam de sua caixinha, era o que ela achava e a idéia que persistia em sua brilhante cabecinha era a de que ele esquecia-se dela para que seus sentimentos ficassem longe dela - a convivência com os dela poderia torná-los revoltos também. Mas depois de algumas horas a perder-se em sonhos e ilusões, chegava à conclusão de que seus sentimentos também poderiam ser revoltos, assim como os dela, afinal eram tão parecidos, e quando fugiam de sua caixinha o único resistente era o “esquecer”, que sempre ficava para trás, detendo a caixinha só para ele, e tudo se explicava.
Ela não queria que as coisas fossem assim. Ela provocava seus sentimentos. Quando ouvia sua voz estática do outro lado preocupava-se. Seu coração pedia que ele fosse um boneco de pano – iria pegá-lo em seus braços e chamá-lo de seu bebê, cuidaria para que estivesse bem, sempre ao seu lado, sob seus aconchegantes olhos.
O medo de que suas preocupações se mostrassem maternalistas demais confundia seus pensamentos. E como fazia já com alguma frequência, depois de horas revirando seus pensamentos, sempre concluía que não gostaria de ser sua mãe ou sua dona.
Se fosse sua mãe, iria alimentá-lo, niná-lo e protegê-lo com toda sua alma, mas sabia que estaria criando-o para o mundo e não apenas para si mesma, seu egoísmo não permitiria tal façanha. Se fosse um pedaço de pano com pregas e botões, tê-lo-ia consigo para a eternidade, remendá-lo-ia e cuidaria para que estivesse sempre em ótimo estado, mas ela sabe que seria apenas sua dona e nada mais. Tê-lo-ia mas sem palavras, qualquer sentimento ou o som de seu coração, seria apenas ela e pedaços de pano. A parte em que o teria em seus braços para a eternidade muito lhe agrada, mas não haveria motivos para isso. Não sem o sangue circulando e pulsando seu coração.
Mas o pior é que, sempre depois de suas súplicas ocultas e divagações desnecessárias, ela sabe o quão em vão isso tudo é, sabe que não há o que entender, sempre soube, são apenas sentimentos, sentimentos revoltos, não se pode explicar sentimentos, pode apenas sentí-los ou sonhar com eles - sim - sonhar com o dia em que ele lha ajudará a encontrar novamente seus sentimentos e juntos cuidarão para que não que não fujam mais, para que voltem a ser apenas sentimentos, aqueles velhos sentimentos, sentimentos presos em uma caixinha.
Ouvia sua voz e Claves de Sol soavam de seu coração. Quando ele desaparecia, seus sentimentos saltavam da caixinha e o vazio era seu único companheiro. Às vezes o eco de algumas saudades ficava, para a sua felicidade, mas logo fugia da caixinha também e a pobre e confusa menina encontrava-se mais uma vez com os sentimentos revirados.
Procurava entender porque ele esquecia-se dela com tanta frequência. Não, ele não possuía sentimentos revoltos, eles eram bem treinados, não fugiam de sua caixinha, era o que ela achava e a idéia que persistia em sua brilhante cabecinha era a de que ele esquecia-se dela para que seus sentimentos ficassem longe dela - a convivência com os dela poderia torná-los revoltos também. Mas depois de algumas horas a perder-se em sonhos e ilusões, chegava à conclusão de que seus sentimentos também poderiam ser revoltos, assim como os dela, afinal eram tão parecidos, e quando fugiam de sua caixinha o único resistente era o “esquecer”, que sempre ficava para trás, detendo a caixinha só para ele, e tudo se explicava.
Ela não queria que as coisas fossem assim. Ela provocava seus sentimentos. Quando ouvia sua voz estática do outro lado preocupava-se. Seu coração pedia que ele fosse um boneco de pano – iria pegá-lo em seus braços e chamá-lo de seu bebê, cuidaria para que estivesse bem, sempre ao seu lado, sob seus aconchegantes olhos.
O medo de que suas preocupações se mostrassem maternalistas demais confundia seus pensamentos. E como fazia já com alguma frequência, depois de horas revirando seus pensamentos, sempre concluía que não gostaria de ser sua mãe ou sua dona.
Se fosse sua mãe, iria alimentá-lo, niná-lo e protegê-lo com toda sua alma, mas sabia que estaria criando-o para o mundo e não apenas para si mesma, seu egoísmo não permitiria tal façanha. Se fosse um pedaço de pano com pregas e botões, tê-lo-ia consigo para a eternidade, remendá-lo-ia e cuidaria para que estivesse sempre em ótimo estado, mas ela sabe que seria apenas sua dona e nada mais. Tê-lo-ia mas sem palavras, qualquer sentimento ou o som de seu coração, seria apenas ela e pedaços de pano. A parte em que o teria em seus braços para a eternidade muito lhe agrada, mas não haveria motivos para isso. Não sem o sangue circulando e pulsando seu coração.
Mas o pior é que, sempre depois de suas súplicas ocultas e divagações desnecessárias, ela sabe o quão em vão isso tudo é, sabe que não há o que entender, sempre soube, são apenas sentimentos, sentimentos revoltos, não se pode explicar sentimentos, pode apenas sentí-los ou sonhar com eles - sim - sonhar com o dia em que ele lha ajudará a encontrar novamente seus sentimentos e juntos cuidarão para que não que não fujam mais, para que voltem a ser apenas sentimentos, aqueles velhos sentimentos, sentimentos presos em uma caixinha.
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